quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Encontro de almas

“-É que às vezes eu me perco.
-Eu também.”

Minha alma encontrou  a sua, mas a sua se esquivou da minha.
Sua alma tocou a minha, mas evitou que a minha tocasse a sua.
Encontraram-se em perdidas direções.
Esbarraram-se numa esquina da vida por aí...
A beleza da sua alma encantou a minha e nesse mar de encantamento mergulhou... e quase se afogou.
Eu me perdi quando encontrei você. Saí da minha rota de segurança. Fiquei cega. Cometi loucuras. Loucuras por você. Saí de mim. Perdi o foco. Entreguei-me às ilusões que eu mesma inventei.
Viciada, te queria a todo instante. Ver seu sorriso, ouvir sua voz, o toque da sua música, procurá-lo, correr atrás. E nessa ânsia por tê-lo, só consegui afastá-lo.
Meu erro foi querê-lo demais e, por isso, não medi as consequências dos meus atos.
Você se foi; talvez pra sempre. Mas a minha alma marcou profundamente.
Você despertou a voz da minha alma que se desnudou em versos para se mostrar à sua. E ela era tão tímida! Mas quis se revelar para que você a notasse. Só que você já não estava mais ali para vê-la nem ouvir a sua voz.
E agora?
Como diria Drummond não é? Uma coisa “totalmente dele”:

“E agora José?
a festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?”

E agora, só restam as lembranças – doces lembranças.
A alma sorriu quando esbarrou na sua na esquina daquela rua...
...mas aceitou que a sua se fosse como uma manhã finda a lua. 

                                                               Haliny

Nenhum comentário:

Postar um comentário