“-É
que às vezes eu me perco.
-Eu
também.”
Minha alma encontrou a sua, mas a sua se esquivou da minha.
Sua alma tocou a minha, mas evitou que a
minha tocasse a sua.
Encontraram-se em perdidas direções.
Esbarraram-se numa esquina da vida por
aí...
A beleza da sua alma encantou a minha e
nesse mar de encantamento mergulhou... e quase se afogou.
Eu me perdi quando encontrei você. Saí
da minha rota de segurança. Fiquei cega. Cometi loucuras. Loucuras por você.
Saí de mim. Perdi o foco. Entreguei-me às ilusões que eu mesma inventei.
Viciada, te queria a todo instante. Ver
seu sorriso, ouvir sua voz, o toque da sua música, procurá-lo, correr atrás. E
nessa ânsia por tê-lo, só consegui afastá-lo.
Meu erro foi querê-lo demais e, por
isso, não medi as consequências dos meus atos.
Você se foi; talvez pra sempre. Mas a
minha alma marcou profundamente.
Você despertou a voz da minha alma que
se desnudou em versos para se mostrar à sua. E ela era tão tímida! Mas quis se
revelar para que você a notasse. Só que você já não estava mais ali para vê-la
nem ouvir a sua voz.
E agora?
Como diria Drummond não é? Uma coisa
“totalmente dele”:
“E agora José?
a festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?”
E agora, só restam as lembranças – doces
lembranças.
A alma sorriu quando esbarrou na sua na
esquina daquela rua...
...mas aceitou que a sua se fosse como
uma manhã finda a lua.
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