quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Ânimo, onde está você?




"É incrível o que apenas um raio de sol pode fazer pela sua alma."
                      Dostoiévski

Início de manhã. Ausência de sol.
Densas nuvens, constante chuva.
Não consigo ver o infinito azul do céu, aquele que me faz sorrir.
Precisei fechar as janelas, ficar recolhida, mergulhada em devaneios que afugentam minha alma. Essa ausência de sol me deprime. Não vejo flores, não ouço o contagiante canto dos pássaros, não vejo borboletas no meu jardim.
Ah nuvens! Quando vocês chegam, meu ânimo se vai. Não sei pra onde! Acho que ele vai ficar com o sol. Se vocês o encobrem, o ânimo não tem como aparecer pra mim, penetrar em mim.
Eu já estava totalmente sem esperança de hoje ver o sol; acreditava que a chuva entregaria o dia para a noite. Mas quando a tarde chega, inacreditável surpresa!
As nuvens se espalharam fazendo pequenas aberturas por onde suaves raios do sol mostraram sua sublimidade. Sol de fim de tarde: torna tudo especial. As árvores dançam de mãos dadas com a brisa; nas pastagens reflexos de um fluorescente verde; os pássaros cantam e saltam no ar; as flores exibem suas cores. Acho que vem uma nova borboleta visitar esse jardim.
Ah! Ele também veio: o ânimo.
Ânimo: alma.
Desânimo: sem alma.
Quando as nuvens chegam, o ânimo se vai; se vai a alma. Fica o desânimo. Fico sem alma. Não sei pra onde ela vai. Acho que fica lá, acompanhando o sol além das nuvens...

Haliny

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