terça-feira, 18 de setembro de 2018

Ouvindo a voz do silêncio


Para dar voz à alma, me expresso em versos.
Mas e quando a alma cala?
É preciso descobrir o que pelo silêncio ela fala.
Silenciei para ouvir o seu silêncio. Este silêncio que não é sinônimo de tranquilidade grita furiosamente.
  Ela não abriu a boca, não disse palavras; mas pela janela dos olhos a me mostrar algo estava:
“Por que é que se repete? Por ser bonito. A gente quer a repetição do beijo, do doce, do poema, do pôr do sol... A alma não quer ir pra frente”

A alma não quer ir pra frente

Rubem Alves a traduz bem: ela não quer ir pra frente!
Quer ficar ali, mesmo sabendo que é hora de partir.
Angustiada, não quer abrir mão do que tanto procurava; quer repetir a nostálgica vivência.
Se sente vazia, mas cheia de ausências.
Falta daquele sol que iluminara sua casa.
Saudade do lugar antes percorrido.
Esperanças que se esvaíram no ardor do desejo.
Chamas que se apagaram no calor do inverno.

Haliny

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