Para
dar voz à alma, me expresso em versos.
Mas
e quando a alma cala?
É
preciso descobrir o que pelo silêncio ela fala.
Silenciei
para ouvir o seu silêncio. Este silêncio que não é sinônimo de tranquilidade
grita furiosamente.
Ela não
abriu a boca, não disse palavras; mas pela janela dos olhos a me mostrar algo estava:
“Por
que é que se repete? Por ser bonito. A gente quer a repetição do beijo, do
doce, do poema, do pôr do sol... A alma não quer ir pra frente”
“A alma não
quer ir pra frente”
Rubem
Alves a traduz bem: ela não quer ir pra frente!
Quer
ficar ali, mesmo sabendo que é hora de partir.
Angustiada,
não quer abrir mão do que tanto procurava; quer repetir a nostálgica vivência.
Se
sente vazia, mas cheia de ausências.
Falta
daquele sol que iluminara sua casa.
Saudade
do lugar antes percorrido.
Esperanças
que se esvaíram no ardor do desejo.
Chamas
que se apagaram no calor do inverno.
Haliny
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