Hoje seu perfil
é um espaço em branco. Terminou da pior maneira possível nossa não existente
estranha relação. Me entreguei, mergulhei, me afoguei, chorei tentando viver o
que eu queria e não vi que te feria. Tentei fazer de você a realidade para o
meu sonho. Em vão.
Como eu ainda
penso em você? Como ainda choro por você? Como ainda escrevo pra você? Como
ainda aplaudo você, admiro sua apresentação? Você não faz show; sua existência
já brilha por si só. Você nunca esteve totalmente presente, mas sua ausência
ainda me perturba. Sinto tanta falta! Nunca vou deixar de acreditar que você é
lindo. Você foi um presente de Deus. Presentes de Deus são divinos, especiais,
feitos por Ele na exata medida da qual necessitamos. Mas muitas vezes, nós,
pecadores, seres humanos falhos, maus, não sabemos como usufruir do presente da
maneira como Ele objetiva que o utilizamos. Desejamos que sejam mais do que
aquilo que ele deve ser. Somos egoístas, transferimos para ele nossas próprias
idealizações e frustrantes expectativas. A medida em que Deus nos dá é a
perfeita para completar nossa necessidade. Mas nós não entendemos. Usando o
presente de forma equivocada, acabamos quebrando-o.
Foi o que fiz.
Sua amizade Deus me deu, mas quebrei meu presente, como uma criança birrenta
insatisfeita. Quebrei você. Agora, sabendo que não há conserto, sabendo que
nunca mais poderemos ter falas camaradas, eu, arrependida de tudo, só posso
chorar ante as lembranças ainda acesas em minha alma. Eu não soube aproveitar
meu presente. Eu não soube entender que o propósito era uma serena amizade.
Nunca mais poderei ouvir sua música, nem ler os seus versos. Nunca mais poderei
ouvir sua tranquila fala quando por hora compartilhávamos histórias em gostosas
ligações.
Há dezessete
dias eu quebrei meu presente, ferindo você, traí sua confiança por completo.
Mas desde aquela noite na qual o conheci, não soube tê-lo. Deus por ser
misericordioso com seus errados filhos, pode até me enviar outros presentes,
mas nenhum que seja para ocupar o espaço que ficou no lugar que era para você –
agora, um espaço em branco. Desse modo
eu sei que isso, é para sempre que eu ao olhar para esse espaço vazio, sentir a dor do
arrependimento por não ter tido cuidado do presente que Ele me dera; aquele que
completaria minha alma. Essa dor me acompanhará para sempre, para que eu jamais
esqueça o que posso vir a perder se novamente eu der voz ao meu egoísmo.
Narcisismo! Eu
entendo que amei você, mas o que fiz foi só querer satisfazer meus próprios
anseios. Afinal, o amor não veio para nos tornar livres? Jesus, O Amor, veio
para livrar nossas almas das prisões. Como eu pude querer, te amando, amarrá-lo
a mim de qualquer forma? Eu errei ao colocar meu amor próprio acima do amor que
nasceu por você; o amor que Cristo me ensinou, eu não soube usar. Amar é dar
liberdade. É dando liberdade a quem amamos que se tornam mais próximos.
O adeus, eu já
dei a nós e não há volta. Voltei, não para reconstruir nada, pois se colarmos
um vaso que se quebra, ficam horríveis marcas, perde-se a beleza genuína.
Voltei para reconhecer meus erros com você, reconheço minha pobreza enquanto
SER humano. Eu não tenho direito, mas saiba que ao quebrar você, foi também
quebrar a mim. Por isso, estou em pedaços que não podem ser reconstruídos. Eu
não estou dizendo isso para ter sua compaixão nem mendigar sua atenção outra
vez. Não! Só estou dizendo isso porque é meu dever reconhecer que Eu errei –
desde o início, e pedir perdão, mesmo sabendo que não tenho direito a tê-lo. Perdoa-me!
Haliny
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